Com a vitória da França sobre a Igreja Católica na guerra dos 30 anos, o país tornou-se permeável a toda a demagogia ideológica. Os “intelectuais”, devidamente organizados, começaram a sua campanha doutrinária nas ruas de Paris e, suponho, outras cidades. O objectivo era preparar as pessoas uma revolução e a subsequente república.
Passados que foram 140 anos após a guerra e chegados a 1789, a França estava mentalmente preparada para se aventurar pelo outro caminho que era: acabar com a casa Real e instaurar a República. Os mentores sabiam o que estavam a fazer, o ataque, dito “popular”, teve aspectos sinistros: A família Real foi assassinada em público e o mesmo sucedeu a muitos outros. Esta anarquia republicana teve por objectivo dar às pessoas a falsa sensação de poder e confiança para que a revolução possa prosseguir. Como se sabe, a anarquia, por si, a nada conduz e tarde ou cedo vai acabar. Aparecem então os mentores e “intelectuais” que tomarão nas suas mãos o controlo da situação. Esta “revolução” durou 10 anos, quando apareceu Napoleão que restabeleceu o poder em França em 1799.
Quanto à Igreja, se reagiu à anarquia e ao terror instalado, terá sido por palavras; penso que nem isso fez. Nesta “revolução”, a Igreja já não estava posta em causa. Tratou-se simplesmente duma mudança da Monarquia Real para a República. Os motivos invocados foram os mesmos que se usam actualmente nas mudanças de Regimen pela força: a “fome do povo”, o “progresso”, etc… o povo gentio de França deixou de ter Rei e espírito passando a ser gente, simplesmente.