16 – GUERRA DOS 100 ANOS

16 – GUERRA DOS 100 ANOS

Antes da reunificação da Península Ibérica que se deu em 1492, houve na Europa uma guerra que durou 116 anos. Ficou conhecida por “guerra dos 100 anos” e travou-se desde 1337 até 1453, entre a Inglaterra e a França. A causa próxima desta guerra terá sido uma disputa de sucessão ao trono de França, o seu Rei, Carlos IV, morreu sem deixar herdeiro Varão. O Rei Inglês, sobrinho do Rei Francês falecido, achou-se com direito ao trono de França. Além disso o Rei Inglês, Eduardo III de seu nome, devia o pagamento de vassalagem por dois ducados que possuía em terras de França. Depois de várias peripécias o trono foi ocupado por um primo do Rei falecido, Filipe de Valois como Regente. Pouco depois viria a ser coroado Rei de França com o nome de Filipe VI. O problema da sucessão ficou resolvido e Eduardo III de Inglaterra não terá gostado da solução. As tropas inglesas acabaram por entrar em França e começou a guerra dos Cristãos. O Papa, que seria a única entidade capaz de impedir esta loucura, já tinha perdido a sua Real autoridade em consequência de “Grande Cisma do Oriente” ocorrido em 1054, ou seja, o Papa já não era o “Rei” dos Cristãos; limitou-se a ser uma figura de “respeito” e sem capacidade de intervenção nos assuntos mais importantes como é o caso duma guerra injustificada como esta. Não é, pois, de estranhar que os reis envolvidos não tenham obedecido ao primado religioso uma vez que não apelaram ao Papa. Em boa verdade, o poder Papal já vinha enfraquecendo desde o ano 692 aquando da realização do Concílio de Trullo que foi convocado à revelia da Igreja. Esta guerra acabou em 1453 com a vitória de França; mas quem perdeu realmente foram a Igreja e os Cristãos de ambos os Países. De facto, a Igreja, inocentemente ou não, estava com o Papado situado em França na cidade de Avinhão sob os auspícios do Rei. Assim sendo, qualquer ingerência da Igreja no assunto da sucessão ao Trono de França só poderia ser a favor de um Rei Francês. O Papa, nem sequer moralmente estava em posição de intervir. O Papado não devia ter saído de Roma.

A causa invocada para esta guerra não convence ninguém. Não é por causa desta sucessão ao trono de França ou outro País, que se podem justificar 116 anos de matança. Acresce o facto, de o Trono de França já ter Rei quando se deu a guerra. Isto não faz qualquer sentido. Se ambos os Reis em confronto fossem Cristãos, tal monstruosidade não aconteceria com certeza.

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