12 – A LIBERDADE

12 – A LIBERDADE

Quando em 25 de Abril de 1974 foi dada a “liberdade” ao Povo, “esqueceram-se” das gentes. As consequências foram desastrosas: Todos os que eram povo acabaram por exercer o seu domínio sobre as gentes, as quais sendo amesquinhadas, acabaram por sair da cena política ou a mudar de ambiente. Mal as gentes sabiam que tinham caído num “inferno”!

Os partidos entretanto criados, terão servido para convencer as gentes mais renitentes, mas não sei se o terão conseguido; é que não é fácil pensarmos que ficámos a ser livres quando afinal acabámos de perder a liberdade natural e segurança que tínhamos no tempo da “ditadura”. Recordo que na “ditadura”, todos eram povo, portanto não se podia fazer mal a ninguém. Talvez alguns fossem “mais povo”, do que outros, mas como não tenho dados sobre o assunto, vou-me ficar por aqui. Não pretendo, portanto, enaltecer esse tempo, mas reconheço que foi a única saída possível para o regimen anarco-republicano, que vigorou desde 1910 até 1926. Este período, sim, foi a pior ditadura que alguma vez Portugal já teve. A situação era incontrolável. A gente sofreu. Porque é que esta aberração terá acontecido?! Penso que só há uma explicação: Racismo e liberdade são uma mistura “explosiva”.

O “Reino” improvisado de Salazar, auto-denominado de “Ditadura Nacional”, constituiu um regresso providencial aos valores da Monarquia. Como é sabido, na Monarquia não se falava em liberdade porque melhor ou pior, respirava-se a liberdade natural. Como não se podia fazer mal a ninguém, a liberdade era palavra vã. Assim também aconteceu na “ditadura”.

Salazar nunca assumiu a Realeza, porque sabia que a Monarquia tinha sido varrida pelos acontecimentos ocorridos em 1908 e 1910 e pela anarquia desde 1910 a 1926. No entanto, a ideia Monárquica subsistiu depois de 1910; a anarquia terá ajudado a manter qualquer iniciativa monárquica, paralisada.

Não posso, no entanto, defender a Monarquia que caiu em 1910. Não apareceu um Rei à altura dos acontecimentos que se adivinhavam. D. Carlos, mal aconselhado, não tomou as medidas necessárias à defesa do Reino, o qual estava repleto de inimigos, principalmente em Lisboa e Porto.

Se quisermos encontrar um “Rei” à altura desses tempos, teremos de o encontrar mais tarde, pouco depois da intervenção militar de 1926. Esse “Rei” chamava-se Salazar.

Espero que esta minha posição sobre a “ditadura” nacional não venha a servir para camuflar as ditaduras pessoais verificadas em muitos países, mormente ma América latina. Talvez algumas fossem “justificadas”, mas parece-me que nenhuma delas terá resolvido o problema de fundo da América latina que se prende com a “liberdade” e o racismo (anarquia).

Salazar, mesmo limitado na sua acção, penso que terá resolvido a questão da “liberdade” e do racismo, pelo menos por 48 anos. Vemos que a “liberdade” é uma ideia perigosa. Os primeiros que a “agarram” usam a mesma de forma indiscriminada e ameaçadora, não deixando para as gentes senão opressão, humilhação e mediocridade. Com efeito, pela “liberdade” democrática pode-se retirar a liberdade natural a alguém que foi constrangido ou chantageado para agir de acordo com o interesse do criminoso. Este foi um exemplo. Muito outros e mais graves se poderiam apontar. Com este exemplo, talvez vejamos bem o que significa a “liberdade” que supostamente ninguém tinha durante a “ditadura”.

Temos agora de procurar saber quem eram estas pessoas. Por aqui vemos também, que a reacção à violência deve ser implacável e definitiva. Tenho boas razões para pensar que este problema vai acabar.

A conclusão disto tudo, é óbvia: A “liberdade” democrática serve para destruir a liberdade natural das gentes. Está dito.

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