20 – A GUERRA DOS 30 ANOS (1618-1648)

20 – A GUERRA DOS 30 ANOS (1618-1648)

Esta guerra configura na perfeição aquilo que pode acontecer a um Reino Cristão quando o seu “Rei” não é Cristão; a população, sem o apoio do espírito que só a Igreja lhes concede, vai ser manipulada e fazer o que não quer. O que começou com a afixação dum protesto na porta de uma igreja, desembocou ao fim de um século na pior das guerras que o Mundo já tinha visto (~8 milhões de mortos).

A Igreja, logo que condenou Lutero com a excomunhão, bem como a sua doutrina e o seu espírito, devia reagir no terreno, dado que o espectro da guerra ficaria cada vez mais próximo. Quando se trata de guerra, a Igreja abstém-se de tomar partido, limitando-se, portanto, a condenar a doutrina por palavras, mas não por actos. O único acto que a Igreja poderia fazer era alertar reis e Cristãos para a possível agressão Protestante, mas isso não aconteceu.

O País mais vulnerável a um ataque doutrinário era a Alemanha, a qual estava incluída num vasto conjunto de “Países” Católicos chamado <<Sacro Império Romano-Germânico>>. Este Império terá sido criado no ano 962 com o objectivo principal de defender pelas armas a Igreja. A Alemanha foi o País inspirador e os seus Imperadores foram todos Alemães. Tudo isto significa que os inimigos orientassem os seus ataques contra a Alemanha que já se encontrava dividida em muitos “reinos”, vá-se lá saber porquê. É para mim, evidente que muitos desses “reis” não eram Cristãos; e quando chegou a hora de optar, eles escolheram Lutero. Estava preparado o cenário para uma nova guerra e em 1618 ela foi declarada contando com o apoio da França cujo “Rei”, traindo o seu próprio País, se pôs ao lado dos Protestantes, alegadamente por motivos políticos. Ao fim de 30 anos e de mais de 8.000.000 de mortos a guerra acabou com o tratado de Westfália. Foi assim “metida a martelo”, a ideia antinatura de liberdade religiosa, coisa que não existe; nunca esteve em causa a liberdade de culto, tão só a destruição do Espírito Cristão, “Rei” de França e “reinos protestantes” ganharam. O Espírito Cristão ficou assim desfalcado de 8 milhões de pessoas/almas e, portanto, mais enfraquecido e pobre. O Papado, contudo, manteve-se no seu posto, apesar da traição de Richelieu, um “cardeal” que era o primeiro ministro de França e que impeliu o Rei a colocar-se ao lado dos “Protestantes” na guerra. O homem que se dizia cardeal não passava de um traidor encapotado, são os factos que falam por mim; não culpo nem um dos cristãos de França. Um “cardeal” e um “rei” que não são cristãos é que não perdoo. Depois da guerra, o Papado nem se dignou ter a coragem de excomunga-los, mesmo que eventualmente eles já tivessem morrido. A traição de cardeais já não era coisa nova: vejam o que aconteceu em 1378 durante o conclave que deu origem ao Grande Cisma do Ocidente, a guerra dos 100 anos não é desculpa. Tudo foi propositado. Nota-se já, neste Conclave, que a Igreja foi tomada a partir de dentro, das cúpulas.

Quanto à guerra dos 30 anos, houve consequências graves para a Igreja, a qual perdeu o seu braço secular, o Sacro Império Romano-Germânico. Este era o Império que dava à Igreja a autoridade que detinha ainda. Viria a cair definitivamente em 1806, 17 anos após a eclosão da Revolução Francesa, às mãos de Napoleão.

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